O Relatório 02 consolidou um amplo conjunto de levantamentos em campo, pesquisas e reuniões técnicas que servem de base para a formulação do diagnóstico da mobilidade em Tangará da Serra. Esta etapa permitiu compreender o perfil dos deslocamentos, as condições atuais da infraestrutura e os principais desafios do sistema de transporte.
Principais Destaques
- Reuniões e Vistorias Técnicas
- Envolvimento direto do prefeito, secretarias (SEPLAN, SINFRA, SEMEC) e operadores de transporte.
- Vistorias identificaram pontos críticos de circulação, problemas de acessibilidade e locais estratégicos para futuras intervenções.
- Pesquisas de Campo
- Opinião e Satisfação: 332 entrevistas com usuários do transporte coletivo urbano revelaram percepções sobre conforto, frequência e qualidade do serviço.
- Origem e Destino (O/D): 3.462 deslocamentos analisados, indicando padrões de viagem e concentração de fluxos entre bairros residenciais, centro e polos geradores como universidades, escolas e frigoríficos.
- Embarque e Desembarque: 863 passageiros observados em 21 viagens de ônibus, permitindo entender a renovação de passageiros ao longo das linhas.
- Volumetria Veicular: Contagem de 4.124 veículos em pontos estratégicos, revelando gargalos de tráfego e horários de maior intensidade.
- Fichas Online: Todas as fichas disponibilizadas no site foram consideradas. Cada resposta enviada pela população foi analisada individualmente e integrada ao conjunto de informações do levantamento, garantindo a incorporação das contribuições espontâneas dos cidadãos.
- Transporte Público e Escolar
- Avaliação da operação da empresa prestadora (VanDex), com destaque para o transporte noturno destinado a trabalhadores de frigoríficos, que cobre cinco itinerários específicos.
- Levantamento detalhado da frota escolar, itinerários, faixa etária atendida e mapas digitais de rotas, reforçando a necessidade de integração entre transporte escolar e coletivo.
- Indicadores Operacionais
- O Índice de Passageiros por Quilômetro (IPK) médio foi de 1,94, próximo ao valor de referência nacional (1,97). Algumas linhas, como Hospital 2, superaram a média (IPK 3,47), enquanto linhas que atendem a UNEMAT ficaram abaixo, indicando baixa eficiência e demanda irregular.
- Distribuição temporal da demanda não segue o padrão convencional de picos concentrados, mas sim uma demanda diluída, relacionada ao perfil econômico local e aos turnos de trabalho.
- Infraestrutura e Ocupação do Solo
- Constataram-se carências em calçadas, sinalização, acessibilidade e pontos de parada, com impacto direto na mobilidade ativa (pedestres e ciclistas).
- Identificação de vetores de crescimento urbano para norte e leste da cidade e expansão em direção ao anel viário (Av. André Maggi), reforçando a necessidade de planejamento viário integrado.
Conclusão
O Relatório 02 foi um marco essencial do processo, consolidando dados técnicos e percepções da população. Ele forneceu uma visão clara dos problemas atuais, como a baixa atratividade do transporte coletivo, a necessidade de maior acessibilidade, a pressão do crescimento urbano e a carência de infraestrutura para mobilidade ativa. Essas informações servirão de base para o Relatório 03 – Diagnóstico, que aprofundará a análise e direcionará as propostas de intervenção no sistema de mobilidade urbana de Tangará da Serra.