Plano de Mobilidade Urbana – Relatório 03: Diagnóstico

O Relatório 03 consolidou as informações levantadas nas etapas anteriores, realizando uma análise abrangente da realidade urbana e da mobilidade em Tangará da Serra. Este diagnóstico foi fundamental para identificar os principais problemas, potencialidades e condicionantes que orientarão as propostas do Plano de Mobilidade.

Principais Destaques

  • Caracterização Demográfica e Socioeconômica
    • População urbana de 96.868 habitantes e rural de 10.763 (Censo 2022), com densidade de 89,5 hab./km² na área urbana.
    • Amostra das pesquisas revelou 68% de participação feminina e forte presença de idosos (30%), acima da média IBGE.
    • Empregabilidade concentrada em micro e pequenas empresas (91% dos estabelecimentos), com destaque para comércio e serviços (17,6 mil empregos).
  • Uso e Ocupação do Solo
    • Tangará possui 45.522 lotes/unidades habitacionais, dos quais 12.328 estão vagos, permitindo acréscimo potencial de mais de 34 mil habitantes.
    • Bairros com maior densidade: Jardim Horizonte, Jardim Ipês e Jardim Tarumã (acima de 5.400 hab./km²).
    • Principais bairros por número de habitantes: Jardim Tarumã (9.431), Centro (8.789) e Jardim Morada do Sol (6.076).
    • Identificação de áreas saturadas (Centro, Tarumã, Tanaka, Mansões e Rio Preto) e áreas com grande potencial de urbanização (Jardim Aeroporto, Parque Universitário, Nazaré, Ipês e Alto da Boa Vista).
  • Transporte Público
    • Índice médio de Passageiros por Quilômetro (IPK) de 1,94, próximo à referência nacional, mas com forte desigualdade entre linhas.
    • Linhas para o Hospital apresentam maior eficiência (IPK 3,47), enquanto rotas para a UNEMAT registram baixa demanda.
    • Distribuição da demanda diluída ao longo do dia, ligada a turnos de frigoríficos e atividades locais, e não apenas em horários de pico.
    • Opinião dos usuários destaca insatisfação com frequência, conforto e acessibilidade.
  • Serviços Complementares
    • Táxi e Mototáxi: Pesquisas revelaram perfil socioeconômico dos condutores, pontos de atuação, volume médio de corridas e principais dificuldades enfrentadas.
    • Bicicletas: Pesquisas apontaram que a bicicleta é utilizada por grande parcela da população para deslocamentos cotidianos. Problemas recorrentes são falta de infraestrutura, insegurança viária e furtos de bicicletas.
    • Mobilidade Ativa: Constataram-se falhas em calçadas, sinalização e acessibilidade universal, comprometendo pedestres e pessoas com mobilidade reduzida.
  • Infraestrutura e Logística Urbana
    • Fragilidades em calçadas, pavimento e drenagem urbana, que afetam diretamente a mobilidade ativa e a circulação viária.
    • Contagem veicular evidenciou gargalos no tráfego urbano, reforçando a necessidade de reorganizar fluxos.
    • Identificação de polos geradores de tráfego (saúde, educação, comércio, indústrias e frigoríficos), que concentram viagens e pressionam a rede viária.
  • Zonas de Adensamento e Planejamento Urbano
    • Zona de Adensamento Prioritário (ZAP): concentra o Centro e bairros adjacentes, com coeficiente de aproveitamento básico 5 e máximo 8, sendo prioridade para verticalização e adensamento.
    • Zona de Adensamento Secundário (ZAS): engloba a maior parte da cidade, com enorme potencial de crescimento urbano.
    • Zonas Especiais de Controle (ZOCIA e ZEA): restrições de ocupação em áreas ambientais e aeroportuárias.

Conclusão

O Relatório 03 consolidou um retrato detalhado da situação atual da mobilidade em Tangará da Serra. Ficaram evidenciados os principais desafios: transporte coletivo pouco atrativo, forte dependência de veículos individuais, deficiências na mobilidade ativa, expansão urbana desordenada e concentração de viagens em polos específicos. Por outro lado, também foram identificadas oportunidades, como áreas com alto potencial de adensamento, reorganização das linhas de ônibus e investimentos em infraestrutura para pedestres e ciclistas.

Essas análises orientam os próximos passos do Plano, especialmente a construção do Prognóstico e das Propostas de Intervenção, garantindo que o planejamento responda tanto às necessidades atuais quanto às demandas futuras da cidade.

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