Menanehaliti: Projeto de Etnoturismo de Tangará da Serra recebe anuência da FUNAI

Tangará da Serra está dando passos significativos na promoção do turismo comunitário e na valorização da cultura indígena com a aprovação do Projeto Menanehaliti pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

O Menanehaliti é uma iniciativa de 05 Aldeias Indígenas de Tangará da Serra para trabalharem com o Turismo de Base Comunitária. Na língua materna o termo significa “eterno, imortal, que dura para sempre”. O projeto nasceu no ano de 2021, quando as lideranças das Aldeias procuraram a FUNAI local e a Prefeitura de Tangará da Serra para apoiarem a formatação da atividade. O trabalho, que vem sendo desenvolvido há quase 3 anos, contempla: o diagnóstico, a elaboração do projeto, a captação de recursos, a execução e o protocolo do Plano de Visitação junto à Fundação Nacional dos Povos Indígenas – FUNAI.


Foto da primeira reunião de trabalho, realizada em setembro de 2021

A Secretária de Cultura e Turismo de Tangará da Serra, Rafaela Gomes dos Santos, comemorou a aprovação. “A Gestão Pública Municipal recebe com muita felicidade a notícia da aprovação do Plano de Visitação Menanehaliti pelos técnicos da FUNAI, tanto de Cuiabá quanto de Brasília, e a assinatura da Carta de Anuência pela Presidenta da FUNAI. É o reconhecimento de um esforço coletivo e todos os envolvidos neste projeto estão de parabéns”.

Saiba mais sobre o projeto clicando no link: https://portal.menanehaliti.com.br/

No ano de 2015, a FUNAI publicou a Instrução Normativa nº 03/2015 que “estabalece normas e diretrizes relativas às atividades de visitação para fins turísticos em terras indígenas”. A partir de então, todas as Aldeias e Territórios Indígenas, que desejam trabalhar com o Turismo de Base Comunitária, precisam submeter um projeto detalhado ao órgão para receber a autorização. Segundo Wilson Pereira, Turismólogo da SECULTUR, autor e coordenador do projeto “a Prefeitura de Tangará da Serra possui o compromisso com a legalidade das atividades econômicas municipais e o Projeto Menanehaliti de Etnoturismo surgiu com esse princípio, de atuar conforme a IN 03/2015 da FUNAI. Assim como não apoiamos empreendimentos irregulares na zona urbana não poderíamos trabalhar de forma diferente e irregular na zona rural. Os indígenas entenderam essa proposta, toparam trabalhar dessa forma e assim construímos e executamos todo o projeto. Inclusive, essa postura está sendo muito elogiada por personalidades e formadoras de opinião do Turismo de nosso Estado, nos colocando como uma referência dentro de Mato Grosso. Com a anuência, nossos produtos de Etnoturismo terão um olhar diferenciado pelas agências e operadores de turismo pois, até onde sabemos, apenas Tangará da Serra e Barra do Bugres possuem a autorização da FUNAI para desempenhar a atividade, o que nos posiciona de forma diferente no mercado”.

A atividade está estruturada através da oferta de 3 roteiros turísticos (de 02 dias e 01 noite) com foco na imersão cultural. Durante a visita às Aldeias Oreke, Arara Azul, 2 Cachoeira, Katyalarekwa e Serra Dourada, localizadas no Território Indígena Pareci, os visitantes poderão optar pelas atividades de: trilhas na mata, roda de histórias, cinema, ensinamento da língua Aruak, centro de memórias, banho de rio, oficina de artesanato e cestaria, flutuação/boicross, esportes tradicionais, canto e dança, grafismo indígena, entre outros. Tanto a hospedagem quanto toda a alimentação (café, almoço, janta e lanches) serão oferecidas pelos indígenas e estarão inclusos no pacote. “Outro grande diferencial do projeto foi a criação da primeira Agência de Turismo Receptivo Indígena de Mato Grosso, que fará a conexão entre as agências de turismo, os turistas e as comunidades receptoras. Agora, com a anuência da FUNAI, faremos o lançamento oficial do projeto, colocando os roteiros à disposição dos interessados” finalizou Wilson Pereira.


Reunião de trabalho na Aldeia Oreke com os parceiros do projeto

O Menanehaliti é um trabalho conjunto entre as lideranças das Aldeias Indígenas, a Prefeitura Municipal (Secretarias de Cultura e Turismo – SECULTUR e de Indústria Comércio e Serviços – SICS), o Governo de Mato Grosso (Secretaria de Estado Adjunta de Turismo – SEADTUR), a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (Deputado Gilberto Cattani), a Ícone Consultoria em Turismo e as Associações Indígenas Halitinã e Waymare.

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